DENGUE
INTRODUÇÃO.
A dengue é uma doença febril causado por uma infecção viral, sendo transmitida, principalmente, pelo mosquito Aedes Aegypti. Sua incidência tende a ser maior no verão (período quente e úmido, que favorece a proliferação de vetor).
AGENTE ETIOLÓGICO.
O vírus da dengue é um arbovírus, do gênero Flavivirus, a mesmo do vírus da febre amarela. É um vírus RNA de filamento único. Existem cinco sorotipos, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV-4 e DENV-5 ( o 5 foi identificado na Ásia em 2013).
TRANSMISSÃO PELO VETOR.
A transmissão da dengue se dá através de vetores hematófagos. O homem é o principal reservatório, mas acredita-se que também exista um ciclo em primatas. A fêmea deposita seus ovos em coleções de água parada, onde se desenvolvem as larvas. Outro mosquito, o Aedes Albopictus, também é capaz de transmitir a dengue. O Aedes Egypti adquire o vírus se alimentando do sangue de um indivíduo infectado. Seus hábitos são diurnos e vespertinos.
PATOGÊNESE.
O homem doente transmite o vírus ao mosquito, no período de viremia (enquanto houver vírus no sangue do ser humano), esse período vai de 1° dia antes do aparecimento da febre até o 6° dia da doeça.
Após a inoculação pela picada do Aedes Aegytpi, o vírus se replica inicialmente nas células mononucleares dos linfonodos locais ou nas células musculares esqueléticas, justificando a intensa mialgia. A replicação viral estimula a produção de citocinas pelos macrófagos e, indiretamente, pelos linfócitos T. A síndrome fébril da dengue provavelmente depende da liberação dessas substâncias.
A resposta imunológica começa a surgir já na primeira semana de doença. Tanto a imunidade humoral quando a celular participam do controle da infecção. A partir do sexto dia de doença, o IgM antidengue começa a ser detectado, atingido o pico no final da primeira semana e persistindo no soro por alguns meses. Os anticorpos IgG, surgem na primeira semana e atingem o pico na final da segunda semana, mantendo-se positivos por vários anos e cofenrindo imunidade sorotipo-específica, provavelmente por toda a vida. É importante salientar que quase sempre esta evolução nefasta é precedida pelo surgimento das sinais de alarme, alterações clinicolaboratoriais facilmente identificáveis que denotam o início do extravasamento plasmático.
QUADRO CLÍNICO.
A Dengue pode ser classificada em três manifestações clínicas. Dengue, dengue com siais de alarme e dengue grave.
Dengue.
A febre, usalmente entre 2-7 dias, que apresenta duas ou mais das seguintes manifestações:
A maioria dos pacientes se recupera por completo após alguns dias. A febre alta (39°-40°) de ínicio súbito com duração entre 2 a 7 dias é a principal manifestação da dengue, acompanhado de outros sintomas: adinamia, cefaleia, dor retrorbitária, mialgia e artralgia.
Queixas gastrointestinais são bastante frequentes durante a fase febril, como anorexia, naúseas, vômitos e diarreia. Metade dos pacientes desenvolve um exantema maculopapular, que pode ou não ser pruriginoso, acometedo, de forma aditiva, a fase, o tronco e as extremidades, não poupando as palmas das mãos ou as plantas dos pés.
No entanto, certos doentes evoluem de forma desfavorável, em geral quando a febre melhora, devido à ocorrência do fenômeno de extravasamento plasmático.
Dengue com sinais de alarme.
É todo caso de dengue que no período de declínio (defervescência) da febre apresenta um ou mais dos seguites sinais de alarme.
Dor abdominal intensa, vômitos persistentes, hipotensão ortostática, hepatomegalia > 2 cm abaixo do reborde costal, sangramento mucosas, letargia, acúmulo de liquído (ascite, derrame pleural ou pericárdio), aumento progressivo do hematócrito.
Dengue grave.
É todo caso de dengue que apresenta um ou mais dos seguintes achados.
Extravasamento de grave de plasma, levando ao choque evidenciado por taquicardia; extremidades distais frias; pulso fraco e filiforme; enchimento capilar lento > 2 segundos; pressão arterial convegente (<20 mmHg); taquipneia; oligúria (< 1,5ml/kg/h); hipotensão arterial (fase tardia do choque); cianose; acumulação de líquidos com insuficiência respiratória. Sangramento grave. Comprometimento grave de órgãos.
DIAGNÓSTICO.
A dengue pode ser confundida com várias arboviroses que circulam em nosso território. Por isso, o exame físico do paciente com suspeita de dengue deve ser completo, para não omitir o diagnóstico de uma doença bacteriana que mereça antimicrobiano.
Até o quinto dia de doença somente métados que identifiquem diretamente o vírus e suas partículas podem ser usados, como por exemplos: 1 - pesquisa de antígenos virais (dosagem do antígeno NS1 no sangue), 2 - isolamento viral é o mais específico e a indentificação do sorotipo, 3 - teste de amplificação gênica (RT-PCR), e 4 - imunohistoquímica tecidual (em amostras obtidas por biópsia ou autópsia). Cumpre ressaltar que a negatividade desses testes não descarta o diagnóstico.
Do sexto dia em diante o diagnóstico deve ser feito por meio da sorologia, pesquisa de antiicorpos IgM antidengue pela técnica ELISA.
Prova do laço deve ser feita em todos os casos suspeitos de dengue que não apresentam sangramentos espontâneos, e consiste na insuflação do manguit,o do esfigmomanômetro até o valor médio da pressão arterial aferida. Um quadrado com 2,5 cm de lado deve ser desenhado no antebraço do paciente, e observaremos o surgimento de petéquias ou equimoses dentro dele. No aldulto o teste é realizado por até 5 minutos, mas na criança o tempo máximo é de três minutos. O surgimento de 20 ou mais petéquias no antebraço de um adulto, e 10 ou mais petéquias na criança, até o tempo máximo ou antes dele, define positividade.
TRATAMENTO.
Não há uma droga específica contra o vírus da dengue. Assim, a terapia se baseia no alívio sintomático (analgésicos, antitérmicos, antieméticos e antiprurigiosos), com ênfase na hidratação (oral nos casos brandos, intravenosa nos casos graves).
Todo caso suspeito de dengue deve ser notificado.

