FEBRE AMARELA
INTRODUÇÃO.
A febre amarela é uma doença febril aguda causada por um vírus do gênero Flavivirus, denominado vírus amarílico. O agente é transmitido ao homem por mosquitos vetores, assim como a dengue. O vírus apresenta um material genético RNA de filamento único.
EPIDEMIOLOGIA.
A doença possui dois ciclos distintos, urbano e silvestre. No ciclo urbano, a infecção é transmitida de pessoa a pessoa pelo mosquito Aedes Aegyti, o mesmo que transmite a dengue. O ciclo silvestre é impossivel de ser controlado, é mantido por mosquistos do gênero Haemagogus, que transmitem a doença para macacos, o principal reservatório. O homem entra no ciclo como hospedeiro "acidental", ao penetrar em zonas de matas nas áreas endêmicas ou de transição.
QUADRO CLÍNICO.
Após um período de incubação que varia de 3-6 dias, surgem abruptamente febre alta 39°-40°C, cefaleia e mialgias, com poucos sinais clínicos como injeção conjuntival, rubor facial e bradicardia relativa (sinal de faget). A febre amarela é a doença mais característica desse sinal. Na maioria dos pacientes a doença resolve-se de forma espontânea em dois a três dias. Alguns pacientes podem desenvolver formas moderadas de doenças, apresentando, além da síndrome febril, icterícia, sagramento leve, (ex. sangramento nasal) e albuminúria no EAS.
No entando, cerca de 10% de indivíduos acometidos desenvolverão a forma grave da febre amarela, com uma letalidade de 20-50%. Nos casos mais graves da doença, a febre vem acompanhada de manifestações hemorrágicas como gengivorragia, epistaxe, hematêmese em "borra de café" ("vômito negro") e hemorragias petequiais e purpúricas. O envolvimento hepático extenso por necrose determina o sugirmento de icterícia e elevação importante das aminotransferases, principalmente TGO ou AST (valores superiores a 1.000 UI/L). A lesão hepática vem do efeito direto do vírus, que possui caráter hepatotrópico e citopático.
As manifestações hemorrágicas são ocasionadas por disfunção plaquetária e endotelial, Coagulação Intravascular Disseminada e dimiuição da síntese de fatores de coagulação pelo fígado. A albuminúria, que aparece desde o início, e a necrose tubular aguda com elevação de escórias caracterizam o comprometimento renal. Uma miocardite pode ocorrer e se manifesta por arritmias e baixo débito. O paciente morre em estado de choque, insuficiência hepática e Coagulação Intravascular Disseminada. O óbito costuma ocorrer entre 7-10 dias de doença.
LABORATÓRIO.
Hemograma = apresenta uma leucopenia e neutropenia, plaquetopenia, anemia (por sangramentos), e VHS aproximado-se de zero (dado característico da doença).
Provas de função hepática = aminotransferases elevadas (acima de 1.000UI/L), fosfatase alcalina pouco elevada ou normal, bilirrubinas elevedas à custa da fração direta e prolongamento do tempo de protrombina.
EAS = albuminúria de 300 a 500 mg.
DIAGNÓSTICO.
Sorologia = o diagnóstico deve ser feito por métodos sorológicos. O mais ultilizado é o MAC-ELISA, que detecta anticorpos IgM a partir do quarto dia de doença. Em casos de não reatividade, mais duas amostras devem ser colhidas com intervalo de quatorze dias.
TRATAMENTO.
O tratamento é de suporte. Devemos repor volume com solução cristaloide de acordo com parâmetros hemodinâmicos. A vitamina K para a correção da hipoprotrombinemia. Em casos de evolução para insuficiência renal, a diálise peritoneal encotra-se indicada. Casos graves devem ser conduzidos em ambientes de terapia intensiva.
PROFILAXIA.
A vacina antivírus da febre amarela é o principal método preventivo eficaz contra a forma silvestre da doença. Essa vacina é altamente imunogênica, sendo eficaz em 95% dos casos, a partir de dez diass de sua aplicação, e tendo efeito por, pelo menos, dez anos. A vacina é feito com vírus atenuado (vivo), sendo chamada YF-17D. As reações adversas ocorrem em 10% dos casos, mas são discretas. Todos os visitantes em áreas de potencial transmissão devem receber a vacina.
A faixa etária inicial é a partir de nove meses, sem limite de idade. Em situações de epidermias recomenda-se a vacinação a partir de seis meses, por via subcutânea, em doses única de 0,5ml e reforço de dez em dez anos.

